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Foto do escritorCamila Saraiva

Terapia: confie no processo!

De tão acostumados com promessas de soluções instantâneas e respostas prontas que os outros podem nos dar, sinto que a gente se subestima. A terapia é um processo que se dá sessão a sessão. Há quem procure soluções mágicas e rápidas, altamente eficientes para tirar a dor de vista. Eu acredito que isto é subestimar a potência de seu próprio processo e desenvolvimento pessoal. Venho neste post trazer uma provocação:


Quando a gente procura num livro com uma super frase de efeito na capa a solução e o caminho prontos a seguir, a gente se subestima. Quando a gente larga na mão de terceiros essa responsabilidade pelo nosso rumo, a gente se subestima. Pode ser uma figura que a gente admira, nossos pais, no horóscopo, no biscoito da sorte, numa dica motivacional de influenciador... A gente se subestima.


Eu incluiria a mim e meus colegas psicoterapeutas nesta lista. A gente não tem solução mágica, e não é nosso papel dizer o que o cliente deve fazer. Se prometêssemos isso, estaríamos desrespeitando a liberdade individual, a autonomia, a responsabilidade/habilidade de resposta de cada um por suas vidas e escolhas. E também estaríamos subestimando essa pessoa.


A gente acredita que cada um tem dentro de si a sabedoria que precisa para o seu próprio desenvolvimento. A gente facilita esse encontro, a gente mostra os recursos que cada um tem com admiração. Quem somos nós pra subestimar o ser humano? Para nos acharmos mais sabidos que o outro? Para inabilitar o outro de decidir por si?


Leia o tal livro, coma um biscoito da sorte, mas eu vou jogar pra você: o que você vai fazer com isso?

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