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  • Foto do escritorCamila Saraiva

Relacionamentos amorosos: como identificar a dependência afetiva?

O que é dependência afetiva? Como diferenciar uma vinculação saudável de uma relação sem fronteiras? Como a psicoterapia pode te ajudar em caso de dependência afetiva?


É importante termos a clareza que ambos os processos de fusão e diferenciação, em certo nível, fazem parte da interação com o mundo desde nosso primeiro momento. Nós devemos buscar o equilíbrio ao longo da nossa caminhada para que pertencimento, vinculação e unicidade possam coexistir. Inauguramos nossa vida fusionados com nossos pais, nosso sistema familiar, e percorremos diversas etapas do desenvolvimento e de ampliação da nossa troca com o mundo, nos tornando adultos em busca de individuação. Nos relacionamos, balanceamos a fusão e a diferenciação também com parceiros íntimos, principalmente se temos a intenção de formar nosso próprio núcleo familiar.


É este fluxo, este movimento que dá o tom da interação humana saudável. Nem prender-se na infantilidade da fusão, nem no isolamento da autonomia total, como afirma Joseph Zinker, autor de obras sobre a Gestalt Terapia.


Como anda o seu fluxo nas relações? Consegue diferenciar o que é seu, do outro e também desse entre?


A dependência afetiva e a falta de fronteiras em relacionamentos afetivos têm raízes antigas na história de cada indivíduo que se relaciona desta forma. É normal e desejável em relacionamentos afetivos haver o Eu, o Tu e construir um Nós. Porém, há pessoas cujos vínculos inseguros e experiências traumáticas levam a se relacionar criando dinâmicas de dependência. Ela pode aparecer no dia-a-dia, no sofrimento exacerbado ao tentar ler os sinais do parceiro, em um medo constante da perda do vínculo e não se imaginar sem a pessoa por estar muito insegura de viver o Eu sem o Nós. Esta pode parecer uma experiência muito ameaçadora para algumas pessoas.


Na psicoterapia, podemos enxergar o panorama atual e as questões antigas que se presentificam para que possamos trabalhá-las de forma cuidadosa e responsável. Pessoas que não têm a oportunidade de ter esse olhar e jogar luz sobre suas histórias tendem a perceber um padrão em seus relacionamentos sem conseguir se libertar dele. Isso se dá pois, afinal, esta dinâmica relacional continua fazendo sentido e oferecendo ganhos secundários para os medos e traumas que se mantém vivos em sua criança interior. É possível criar uma nova forma de se relacionar, mais saudável e segura, quando acolhemos a história de vida de cada um.

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