Há relacionamentos abusivos difíceis de se desvincular. Isso se dá porque há uma ligação profunda entre uma dor que é familiar para ambos. Aquelas experiências, por mais dolorosas que sejam, são ainda assim menos dolorosas do que não haver vínculo. Nossas experiências na família de origem nos dão as lentes com que enxergamos a vida e, por vezes, isso pode significar um ímpeto por revisitar dores conhecidas. Em terapia, porém, podemos ganhar consciência desses processos e perceber alguns padrões como os descritos abaixo:
Quando as atitudes de um fazem o outro revisitar traumas do passado e usar formas desatualizadas de se relacionar;
Quando a postura egoísta e demandante de um faz o outro negligenciar suas próprias necessidades para atendê-lo;
Quando tudo que um tem para dar são migalhas e o outro havia aprendido com sua família e outras relações a mendigar afeto;
Quando um coloca em suas relações ciúmes e agressões e o outro aprendeu que amor e violência andam juntos;
Agora lanço um questionamento: seu parceiro te ajuda a crescer e te incentiva a ser cada vez mais você, respeitando sua individualidade e escolhas ou ele se encaixa perfeitamente com suas inseguranças e medos? Ou vice-versa?
Foram feitos um para o outro, mas isso é bom?
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