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  • Foto do escritorCamila Saraiva

Os efeitos do trauma na infância ao longo da vida adulta

Você sabia que exposição prolongada a estresse e ansiedade na infância devido a experiências traumáticas e ambientes violentos, de vulnerabilidade ou pouco acolhedores deixam marcas que a pessoa leva por toda a vida?


Desde o nascimento, somos sensíveis a ambientes violentos, hostis, desamparo e negligência. Por sinal, bebês têm uma percepção muito mais apurada do ambiente do que muitos imaginam. Esse tipo de vivência ao longo da infância faz nosso corpo reagir estando constantemente em estado de alerta. Os efeitos dessa exposição prolongada a estes estímulos no ambiente e nas relações com cuidadores nos dá uma compreensão de mundo de não confiança nos vínculos, além de liberar hormônios que causam impacto em outras partes do corpo. Lembrando que, não simplesmente temos um corpo, mas SOMOS um corpo. Em tradução livre, Courtenay Young afirma que "a experiência do trauma põe em cheque nossa relação com 'ter um corpo' e 'viver em um corpo' e torna muito complexa a centralidade do corpo na existência humana, e quando o corpo reinvindica isso sobre nós. Assim, é inegável que o trauma fica inscrito no corpo dos sobreviventes, deixando uma marca que pode, talvez, ser explicada mas nunca apagada."


Sobre o tema, indico fortemente o documentário de Gabor Maté chamado "Wisdom of Trauma" (é só jogar no Google e encontrar a página oficial). Nele, é possível perceber como experiências traumáticas durante a infância impactaram pessoas ao longo de suas vidas adultas em sua confiança no ambiente e nos vínculos, na reação de seu organismo tão calejado a novas situações de estresse na fase adulta e nas buscas por se anestesiar de toda essa dor.


Independentemente do desenrolar, o corpo pode pagar a conta tornando-se mais suscetível a adoecimentos crônicos devido a essa fragilização do organismo sobrevivente do trauma.


Não podemos mudar nossa história, mas podemos fazer as pazes com ela. Podemos fazer pela nossa criança interior o que não foi feito por nós quando éramos crianças, e isso também é um fator de proteção para as gerações que vêm em seguida!

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